domingo, 19 de agosto de 2018

A INDOLÊNCIA NAS MANHÃS


                                

                                  

           Crônica

                                                                 
Pediram-me uma crônica e assim sendo devo retratar o cotidiano.
Lembrei que diuturnamente passo por uma experiência como a de 15% da humanidade, ou seja, preguiça de acordar cedo e vontade de ficar alerta até altas horas.
Algumas pessoas são cotovias e outras são corujas. Pois é, quisera ser certinha, disciplinada, esperta e produtiva pela manhã, mas qual! Sou dorminhoca e sonolenta.

Horários rígidos nunca foram o meu forte, porque gostaria de dormir enquanto milhões trabalham e de virar vagalume enquanto a humanidade descansa. Odeio despertadores – ahhh... Quero dormir mais um pouquinho.
Hoje, como aposentada, dou-me ao luxo de criar os hábitos que me agradam. Mas, morando no sul do mundo, o frio nos obriga ao recolhimento mais cedo e aí sem querer, faço alguma meditação, mas como parte da minha índole, é difícil deixar de pensar e esvaziar a mente, apesar das inúmeras vantagens desta prática milenar.   
Não me queixo da minha genética, ao contrário, gosto dela, porque depois de realmente despertar, sou ativa, esperta e antenada. Sempre tive senso de humor e ânimo para aguentar as lambadas do viver.

O médico francês Jacques Menétriér já explicava esta constituição das pessoas e as classificava de “diátese” um ou dois, enquanto jovem. Depois, para quem não se cuida, as coisas se complicam e o indivíduo é promovido para diátese três ou quatro, mas aí é outra história.
Como ia dizendo, algumas pessoas são madrugadoras, outras, como eu, são notívagas, e outras ainda ficam em algum patamar intermediário, com certa vantagem.
Imaginem como na adolescência tive que adaptar-me a viver em colégio interno com horários rígidos de dormir às 20 horas e acordar muitíssimo cedo, totalmente contra a minha natureza de coruja. Assim sendo, vivia em desacordo com o cronograma da vida que me rodeava. Com isso tinha déficit de sono, mas enfim, sobrevivi.

Sempre gostei de noites tardias e faz parte de meu estilo de vida que afeta meu humor, disposição e função cognitiva. Tenho resistência ao longo do dia e rendo mais à medida do passar das horas.
Uma pesquisa apurou que as “corujas/notívagas” exibem maior capacidade de raciocínio e habilidades analíticas que as “cotovias” que se deitam mais cedo. Nem tudo está perdido. Alguma vantagem teria que haver, ora bolas.
Foi difícil adaptar o meu relógio, o meu ritmo com o resto do mundo.



À parte, acrescento que o arquétipo da coruja é maravilho. Provoca elevadíssima autoestima, prosperidade, crescimento, realização, sabedoria e poder. O impacto emocional deste arquétipo nunca deve ser subestimado.
Vamos levando, pois saltitamos na corda bamba e todo mundo precisa aprender a equilibra-se e enfrentar as vicissitudes do cotidiano e os percalços da vida.
    E assim vai, assim vou! E segue o baile!
    Bons sonhos e realizações! Mexam-se Corujas e Cotovias!

 sinira10@yahoo.com.br


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