Crônica
Pediram-me
uma crônica e assim sendo devo retratar o cotidiano.
Lembrei
que diuturnamente passo por uma experiência como a de 15% da humanidade, ou
seja, preguiça de acordar cedo e vontade de ficar alerta até altas horas.
Algumas
pessoas são cotovias e outras são corujas. Pois é, quisera ser certinha,
disciplinada, esperta e produtiva pela manhã, mas qual! Sou dorminhoca e
sonolenta.
Horários
rígidos nunca foram o meu forte, porque gostaria de dormir enquanto milhões
trabalham e de virar vagalume enquanto a humanidade descansa. Odeio
despertadores – ahhh... Quero dormir mais um pouquinho.
Hoje,
como aposentada, dou-me ao luxo de criar os hábitos que me agradam. Mas,
morando no sul do mundo, o frio nos obriga ao recolhimento mais cedo e aí sem
querer, faço alguma meditação, mas como parte da minha índole, é difícil deixar
de pensar e esvaziar a mente, apesar das inúmeras vantagens desta prática
milenar.
Não
me queixo da minha genética, ao contrário, gosto dela, porque depois de
realmente despertar, sou ativa, esperta e antenada. Sempre tive senso de humor
e ânimo para aguentar as lambadas do viver.
O
médico francês Jacques Menétriér já explicava esta constituição das
pessoas e as classificava de “diátese” um ou dois, enquanto jovem. Depois, para
quem não se cuida, as coisas se complicam e o indivíduo é promovido para
diátese três ou quatro, mas aí é outra história.
Como
ia dizendo, algumas pessoas são madrugadoras, outras, como eu, são notívagas, e
outras ainda ficam em algum patamar intermediário, com certa vantagem.
Imaginem
como na adolescência tive que adaptar-me a viver em colégio interno com
horários rígidos de dormir às 20 horas e acordar muitíssimo cedo, totalmente contra
a minha natureza de coruja. Assim sendo, vivia em desacordo com o cronograma da
vida que me rodeava. Com isso tinha déficit de sono, mas enfim, sobrevivi.
Sempre
gostei de noites tardias e faz parte de meu estilo de vida que afeta meu humor,
disposição e função cognitiva. Tenho resistência ao longo do dia e rendo mais à
medida do passar das horas.
Uma
pesquisa apurou que as “corujas/notívagas” exibem maior capacidade de
raciocínio e habilidades analíticas que as “cotovias” que se deitam mais cedo. Nem
tudo está perdido. Alguma vantagem teria que haver, ora bolas.
Foi
difícil adaptar o meu relógio, o meu ritmo com o resto do mundo.
À
parte, acrescento que o arquétipo da coruja é maravilho. Provoca elevadíssima autoestima,
prosperidade, crescimento, realização, sabedoria e poder. O impacto emocional
deste arquétipo nunca
deve ser subestimado.
Vamos
levando, pois saltitamos na corda bamba e todo mundo precisa aprender a
equilibra-se e enfrentar as vicissitudes do cotidiano e os percalços da vida.
E
assim vai, assim vou! E segue o baile!
Bons sonhos e realizações! Mexam-se Corujas
e Cotovias!
sinira10@yahoo.com.br