PAPANDUVA SC -
Sinira Damaso Ribas
Papanduva está localizado na microrregião do Planalto Norte de Santa Catarina. É um dos municípios que constitui a AMPLA -Associação dos municípios do Planalto Norte Catarinense e integra a 25ª SDR – Secretaria de Desenvolvimento Regional.
Papanduva é uma parcela do território catarinense, de ótima habitabilidade pela excelência da qualidade de recursos nele existentes.
Papanduva possui papel de destaque no cenário estadual não apenas por seus animadores índices sociais e econômicos. Sua diversidade cultural, étnica e geográfica, assim como uma privilegiada localização em relação aos municípios vizinhos representam um enorme potencial para a sua afirmação como um pólo turístico, econômico e cultural.
Localizado às margens da BR 116 e cortado pela Rodovia Nataniel Ribas-SC- 477, Papanduva é muito bem servido por estradas às adjacências.
Papanduva está a 788 metros de altitude e tem as seguintes coordenadas:
Latitude (de Greenwich)
26º 18’ 45” S
Longitude (de Greenwich)
50º 11’ 15” W
Fonte: IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
Os limites geográficos do município são:
Norte - Três Barras e Mafra
Sul - Rio do Campo
Leste - Itaiópolis e Santa Terezinha
Oeste - Monte Castelo e Major Vieira
Fonte: Prefeitura Municipal de Papanduva – 2006
Distância de Papanduva a alguns centros urbanos.
Canoinhas - SC - 45 km
Mafra - SC - 56 km
Lages - SC - 190 km
Florianópolis - SC - 358 km
Curitiba - PR - 155 km
Porto Alegre - RS - 545 km
São Paulo - SP - 560 km
A metade da população de Papanduva concentra-se na área urbana da sede do município. Com área de 759,83 km2 conta com um contingente populacional em torno de 18.000 habitantes.
A diversidade de usos promove a vitalidade do espaço urbano papanduvense, com 5,6 km2, contribuindo para a vida política, econômica e social do Município.
O Parque Industrial Papanduvense localiza-se no Passo Feliz, às margens da BR 116, com área de 511.616,43 m ², de propriedade do município.
Papanduva é banhado pelos rios Itajaí do Norte, Iraputã, São João e rio Papanduva.
HISTÓRIA
Papanduva teve sua origem e importância inicial ao fato de localizar-se em um dos pontos de pouso de tropeiros, que nas longas travessias do sertão, pernoitavam, descansavam e faziam paragem neste local.
Características importantes em sua história foram:
- a abundância do capim papuã,
- a localização geográfica
- a origem no tropeirismo.
Papanduva formou-se a beira do Caminho das Tropas que, desde 1732 palmilhavam picadas entre Sorocaba SP e Viamão RS.
As tropas que transitavam estes difíceis caminhos iam pernoitando e fazendo paradas ao longo do trajeto. Eram compostas de gado bovino ou de muares, que se destinavam às feiras paulistas para comercialização.
Vestidos com ponchos, chapéus e botas, os tropeiros dirigiram rebanhos de gado e levaram bens por esta região para São Paulo, comercializados na feira de Sorocaba.
Papanduva, pela excelência do capim Papuã (Brachiaria plantaginea), oferecia ótimas condições para alimentação dos animais que necessitavam refazer-se de longas caminhadas.
O movimento conhecido como tropeirismo propiciou o nascimento de caminhos, fazendas e pousadas ao longo do Caminho das Tropas. Com o passar do tempo os principais pousos se transformaram em povoações e vilas.
Papanduva, uma planície, foi pouso de tropeiros desde o século XVIII, quando a região ainda pertencia à Capitania de São Paulo.
A Capitania de Santa Catarina, de reduzidas dimensões, compreendia a faixa do litoral e terras próximas à sua Ilha, até a Serra Geral. Com a Proclamação da Independência do Brasil, em 1822, foram criadas as Províncias.
Somente em 1853 criou-se a Província do Paraná e Papanduva dela passou a fazer parte. Desde então, as duas Províncias e, a partir da Proclamação da República, em 1889, os dois Estados, Paraná e Santa Catarina passaram a contestar os seus limites e entrar em litígio por uma área, na qual Papanduva estava inserido.
Em 1909 Papanduva tornou-se Distrito e sua sede passou à categoria de Vila, pertencente a Rio Negro, Paraná.
Entre 1912 e 1916, uma grande região compreendida entre os dois Estados viveu a época do fanatismo e envolveu-se na Guerra do Contestado. Ao final da referida Guerra, estabeleceram-se os limites e finalmente Papanduva passou a integrar o território catarinense.
Em 1917, novamente Papanduva tornou-se distrito, desta vez, pertencente a Canoinhas.
O município de Papanduva foi criado a 30 de dezembro de 1953 e sua instalação ocorreu a 11 de abril de 1954.Em 1962, Papanduva perdeu em torno de 40% de seu território com o desmembramento de uma área que veio constituir o município de Monte Castelo.
A seguir, em 1963, foi criado o Distrito de Nova Cultura.
Papanduva passou a Comarca em 1985.
Formação Étnica
Quanto à formação étnica, Papanduva foi moldado, primeiro pelos índios, povos originais, pioneiros no uso da terra, seguidos, no século XVIII e XIX pelos tropeiros, agricultores paulistas e paranaenses de origem portuguesa ou espanhola, por caboclos e afro-brasileiros das frentes de trabalho de construção e manutenção da Estrada da Mata e mais tarde pelos imigrantes, germânicos, poloneses, ucranianos e em menor número por japoneses e descendentes de italianos.
A identidade dos papanduvenses é pautada na pluralidade étnica. O município é constituído pela mistura e contribuição de várias etnias que formam característico panorama cultural. Trata-se de uma somatória do trabalho e crenças dos pioneiros que forjaram o primitivo lugarejo, mais tarde, vila e que, socialmente, se incrementou com a vinda de imigrantes, transformando substancialmente seu arranjo social
A produção agrícola e pastoril ocupa 55 % da área total do Município se Papanduva, ali se encontrando também uma grande concentração de granjas suinícolas do Estado. A criação de suínos tem lugar de destaque na oferta de emprego e renda.
Entre os produtos agrícolas de maior relevância para a economia de Papanduva destacam-se o milho, soja, fumo, feijão, batata, arroz e maçã. A produção de leite e mel também é significativa.
Empresas papanduvenses investem no setor madeireiro, agroindústria, plástico, têxtil, metal-mecânico, tabaco, borracha, material de construções. Comércio e prestação de serviços estão em franco progresso.
Nada falta em Papanduva, como fonte temática, para que tenha uma identidade.
Tem paisagens exuberantes: serras, mata virgem, campos, lavouras, cavernas e quedas d’água ...Tem flora e fauna como os demais municípios.Tem gente como os demais: descendentes de indígenas, brancos, afro-brasileiros e várias imigrações.
Tem, com a agricultura, um dos celeiros de Santa Catarina.
Tem indústrias e agroindústrias. Tem uma História rica: tropeirismo, imigração, Guerra do Contestado... Tem três ciclos econômicos inspiradores: Tropeirismo, ciclo da madeira e erva-mate; Tem as sagas dos monges, lendas, superstições e uma culinária regional; Tem um povo aguerrido, educado e com vocabulário, linguajar, expressões...Enfim: mitos, usos, costumes, ditados, símbolos e heróis. Tem até o arquétipo que se formou no Papanduva tradicional, que é o tropeiro. Papanduva tem um povo de estirpe elevada e que se orgulha de seus ancestrais, de sua história e de seu chão.
Fontes:
RIBAS, Sinira D. Papanduva, Dimensões e Perspectivas. ( Em editoração) 2008.
RIBAS, Sinira D. Resgate de Memórias. Papanduva em Histórias. Famílias. Florianópolis: Ed. Insular. 2004.
RIBAS, Sinira D. Síntese Histórica de Papanduva. Mafra: Editora Nosde. 2004
SINIRA e RIBAS. Brasilidade. História e Cultura Afro-brasileira e Indígena. Curitiba: Dutty Editora. 2009.
SINIRA e RIBAS. Identidades. História e Cultura Afro-Brasileira e Indígena. Curitiba. Dutty Editora. 2010.
SINIRA e RIBAS. Identidades. História e Cultura Afro-Brasileira e Indígena. Curitiba. Dutty Editora. 2010.