O homem não surgiu da
noite para o dia. Nasceu num contexto histórico específico com qualidades próprias
e, só é completo quando tem conhecimento destes fatos. Segundo Jung “Se um indivíduo cresce sem
ligação com o passado, é como se tivesse nascido sem olhos nem ouvidos e
tentasse perceber o mundo exterior com exatidão”.
Por ocasião dos 60 anos de
emancipação política de Papanduva cabe-nos lembrar de algumas ocorrências
relevantes dos primórdios.
Com referência ao seu
passado destacamos dois fatos que foram determinantes na história da Região
Sul: o tropeirismo e a Guerra do Contestado.
Papanduva apresenta em seu
portal de entrada o principal ícone de sua cultura e o símbolo do movimento
econômico que foi determinante na história brasileira: o tropeirismo.
Da época do tropeirismo, a cidade
guarda, até os dias de hoje, o gosto pela vida no campo, a rica culinária e o
linguajar característico.
Os tropeiros, ao longo dos
tempos, com suas caravanas contribuíam
para o comércio, desenvolvendo uma rede eficiente de
entrepostos, facilitando o escoamento dos primeiros produtos agropecuários como charque, mel, banha, embutidos e a troca por outros bens necessários.
O povoamento ganharia impulso com a chegada de imigrantes movidos pelo desejo de “fazer a América"; alemães
chegaram ao planalto e algumas famílias instalaram-se nestas paragens. Levas de
poloneses aportaram no país. Aos poucos, algumas famílias passaram a ocupar
terras em Papanduva, onde já em 1900 viviam em torno de 1000 pessoas em sua
sede, localidade que contava, naquela época, com escola, capela, casas de
comercio, moinho, ferraria, marcenaria, serraria e mais algumas indústrias, como de etiquetas e arcos para barricas de
erva-mate para exportação. Papanduva chegou
a ter uma fábrica de palhões, embalagens de palha de centeio para garrafões.
Papanduva é composto pela
mistura e contribuição de várias etnias que formam característico panorama
cultural. Trata-se de uma somatória do trabalho e das crenças dos pioneiros que
forjaram o primitivo lugarejo, e que, socialmente, se incrementou com a vinda
de imigrantes, transformando substancialmente seu arranjo social.
Um grande entrave ao desenvolvimento de Papanduva
foi a sua participação na Guerra do Contestado, que vitimou muitos cidadãos,
trouxe inquietude e prejuízos por quatro anos e obrigou famílias inteiras a
deixarem o lugar para não mais retornar. Não havia definição de limites. Surgiu
o pernicioso processo de litoralização de Santa Catarina. Com isto, esta região
do Planalto Norte foi relegada pelos governos por várias décadas, apesar de
rica em madeira e erva-mate e com boas terras para agricultura e pecuária.
O Município de Papanduva,
com forte vocação agropecuária torna-se importante polo da agroindústria,
atividade que tem a grande vantagem de desenvolver ao mesmo tempo a cidade e o
campo; é um setor próspero que superou grandes desafios nos últimos anos,
gerando emprego e renda.
A verdadeira redenção de Papanduva e demais
municípios vizinhos só se dará com a pavimentação da rodovia SC-477 para
escoamento da economia, incremento do comércio, agroindústria e turismo por sua
ligação com o litoral.
Mas,
não teremos o Papanduva que Deus nos destinou, enquanto não formos capazes de
fazer de cada papanduvense um cidadão, com plena consciência dessa dignidade.
O
bom cidadão cria uma ligação com sua comunidade pela circunstância do seu
nascimento. A cidadania não
é atitude passiva, mas ação
permanente em favor da sociedade. Aí
está nossa responsabilidade.
Ser um bom
munícipe não é apenas amar Papanduva... Vai além do horizonte. É ser capaz de
entender, colaborar, construir e sentir-se agente transformador do seu
Município.
Convém sim, relembrar a história e os grandes
feitos. Assim sendo, Papanduva não é só o seu passado, mas principalmente, o
futuro que construímos com as ações do agora. Por meio
da experiência do passado e dos
objetivos para o futuro, construímos nosso presente.
Nossa perseverança é a luz que ilumina
o caminho rumo a um Município mais próspero.
Papanduva é um ótimo lugar para se investir e viver.
Abril de
2014 Por
Sinira Damaso Ribas
sinira.ribas@outlook.com
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