sábado, 28 de fevereiro de 2015

Moagem de Trigo com a chegada dos Poloneses em Papanduva


Em Papanduva, no Rio da Prata havia corrente d’água capaz de fornecer força para movimentar pedras de moer. Por este motivo, o primeiro moinho papanduvense foi instalado no Salto do Itajaí, pela família do imigrante Miguel Cerniak (Sharnek), chegado a Papanduva nos primórdios do século passado.1


O trigo tem sido, por milhares de anos, um dos alimentos básicos do ser humano e a história de sua produção, processamento e consumo tem estado ligada as técnicas de civilização do homem pré-histórico e de industrialização do homem moderno.


Muitas foram as técnicas que a humanidade usou para processar seus grãos de cereais e transformá-los em alimentos.


Num tempo, relativamente recente, os egípcios usavam um moinho rotativo com mós.


Mó é um conjunto de duas pedras. A base é uma mó estacionária que não se move. Acima trabalha a pedra de moer, peça que na verdade realiza a moenda quando se choca contra a mó do embasamento. Há mais de 2000 anos começou - se a usar a tração animal, em pedras com a forma de discos superpostos. Os judeus na Palestina também conheciam tal moinho, porque Jesus falou de “uma mó daquelas que o burro faz girar”. — Marcos 9:42.


A civilização romana introduziu o moinho rotativo com as pedras planas, movimentadas pela força d’água. A água corrente era a fonte de energia natural usada para mover o tal moinho com duas grandes mós. Com pedras talhadas em forma horizontal plana, e numerosos moinhos à força d’água foram construídos pela Europa.


E foi esta tecnologia que chegou até Papanduva através dos poloneses, mais especificamente com a família Sharnek, como pronunciamos. Água corrente movimentava as pás de uma roda vertical, presa num eixo horizontal, fazendo a roda girar. Engrenagens faziam mover um par de pedras de moer.


Este primeiro moinho papanduvense funcionou até nas mãos de Ludovico Cerniak, e estas mesmas pedras ainda são conservadas em Papanduva, como as fotografei.


1(No senso de 1891 aparece a família como Czarnecki. Miguel, 54 anos e esposa Mariana, 40 anos com os filhos Valentim e Francisca assentados na Linha Serzedello, lote n 22.) RODYCZ, Wilson Carlos. Colonia Lucena.


       Em Papanduva, 28 de fevereiro de 2015.

                                                              * * *

Um comentário:

  1. As fotos com as mós são verdadeiras, mas a roda d´agua é meramente ilustrativa.

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