Em Papanduva,
no Rio da Prata havia corrente d’água capaz de fornecer força para movimentar
pedras de moer. Por este motivo, o primeiro moinho papanduvense foi instalado
no Salto do Itajaí, pela família do imigrante Miguel Cerniak (Sharnek), chegado
a Papanduva nos primórdios do século passado.1
O trigo tem
sido, por milhares de anos, um dos alimentos básicos do ser humano e a história
de sua produção, processamento e consumo tem estado
ligada as técnicas de civilização do homem pré-histórico e de industrialização
do homem moderno.
Muitas
foram as técnicas que a humanidade usou para processar seus grãos de cereais e
transformá-los em alimentos.
Num tempo,
relativamente recente, os egípcios usavam um moinho rotativo com mós.
Mó
é um conjunto de duas pedras. A base é uma mó estacionária que não se move.
Acima trabalha a pedra de moer, peça que na verdade realiza a moenda quando se
choca contra a mó do embasamento.
Há mais de 2000 anos começou - se a usar a tração
animal, em pedras com a forma de discos superpostos. Os judeus na Palestina
também conheciam tal moinho, porque Jesus falou de “uma mó daquelas que o burro
faz girar”. — Marcos 9:42.
A
civilização romana introduziu o moinho rotativo com as pedras planas,
movimentadas pela força d’água. A água corrente era a fonte de energia natural
usada para mover o tal moinho com duas grandes mós.
Com pedras talhadas em forma horizontal plana, e
numerosos moinhos à força d’água foram construídos pela Europa.
E
foi esta tecnologia que chegou até Papanduva através dos poloneses, mais
especificamente com a família Sharnek, como pronunciamos.
Água corrente movimentava as pás de uma roda
vertical, presa num eixo horizontal, fazendo a roda girar. Engrenagens faziam
mover um par de pedras de moer.
Este
primeiro moinho papanduvense funcionou até nas mãos de Ludovico Cerniak, e
estas mesmas pedras ainda são conservadas em Papanduva, como as fotografei.
1(No senso de 1891 aparece a família
como Czarnecki. Miguel, 54 anos e esposa Mariana, 40 anos com os filhos
Valentim e Francisca assentados na Linha Serzedello, lote n 22.) RODYCZ, Wilson
Carlos. Colonia Lucena.
Em Papanduva, 28 de fevereiro de 2015.
* * *
As fotos com as mós são verdadeiras, mas a roda d´agua é meramente ilustrativa.
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